terça-feira, 21 de setembro de 2010

III

Contigo sei ser desconservada, sem passeio mortal,
Pensei em tanto pra te escrever, em quantidade, mas estou a girar...
Sabes que comidas não muito me apetecem, portanto a digestão é incomum
Mas digeri as tuas, conversei com as mãos que parecem se aderir sem sentimento nomeado...
Será amor, ou algo sobre a vida, flutuante e superior? Como já disseram, é muito mais que isso.
Antes queríamos aproveitar toda essa atmosfera que nos surpreendem, mas notei que qualquer ato seu, mínimo, que seja, nunca serão mínimos...Fortes não, profundos. Por isso, não há necessidade de me dizer, apenas por precaução, é uma junção de compreensão e descanso.
Nunca deixaremos de ser peregrinos e não cairemos nas ideologias terráqueas, somos ciganos, amoreiros, voyeurs , impressionados um com o outro.
Preciso sempre ter a certeza que teu barco não afundou, mas nunca farei de ti um poema enjaulado, esperarei as rimas e te oferecerei coragem, os sorrisos, os sonhos.
Sonho de quem enlouquece em sentir-me eternamente responsável e enfeitiçada.
O suficiente não é nenhuma expressão que delimite posse, é somente te ter em dias rasgados, parcelados, sei que qualquer futuro, já é esse, por isso não espero nenhuma decisão. Você me afirma todas as páginas que um dia duvidei e ainda duvido.
Vejo tantos mundos, mas com teu reflexo, o foco central se inverte e me mostra que o irreal, é somente pra nós, é um segredo, nosso segredo, que às vezes aflige, mas a terceira vida existe, da proteção e amizade,
Sabe que tua doença não tem só a mim como cura, mas te injetaria toda a minha capacidade de não exílio.
Dói ver teu espírito, tua alma, pronta e concentrada num alcatraz sistemático, que seria para os outros, apenas uma relação, pois tem tudo, tudo pra convencer o menino que te pertence e implora pros teus inconscientes que o tire da tirania.
Aqui você pode fazer o menino navegar se quiser e se precisar, não é uma espera, é o estado da terceira vida, como deve ser.
Mas não se sinta só, todos temos esse pássaro preso morando nas angústias, e é a partir dele que modificamos os muros e criamos a desconstrução.
Me sinto só, sim, me sinto...Só sei que tenho minhas próprias escapatórias, são as minhas escolhas infantis, involuntárias que não vão desaparecer, posso te mostrar que sei mais palavras do que imagina.

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